O que é o Coagulograma e seus Testes ? - Análises Clínicas.com

Home Top Ad

Anuncios Aqui

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O que é o Coagulograma e seus Testes ?


Coagulograma é um conjunto de provas, que podem ser solicitadas para analisar e detectar alterações no tempo de coagulação do sangue. O conjunto de exames podem ser solicitados como um todo ou individualmente de acordo com a nessecidade médica. Os exames que compõem o coagulograma são:


  • Tempo de Sangramento (TS)
  • Tempo de Coagulação (TC)
  • Retração do coágulo
  • Prova do laço
  • Tempo de Ativação da Protrombina 
  • Tempo de Ativação Parcial da Tromboplastina (KPTT ou TTPA)
  • Número de Plaquetas
Quando falamos em Coagulograma,estamos falando diretamente de Hemostasia e Coagulação,então eu acho valido abordar com vocês um pouco desses conceitos.Hemostasia é a resposta fisiológica normal do corpo para a prevenção e interrupção de sangramento e hemorragias.

Quando ocorre uma injuria no vaso sanguíneo com a exposição do subendotelio,isso provoca uma mudança naquele ambiente local.As plaqueta escapam dos vasos sanguíneos e atingem os tecidos subendoteliais aderindo aos mesmos.Essa adesão ocorre graças a presença de colageno e a presença de fatores como o Fator de Von Willebrand e da Glicoproteína Ib,da membrana plaquetária.

Fator de Von Willebrand:sintetizado pelas células endoteliais e estocado e secretado por estas.É encontrado também nos grânulos alfa das plaquetas.Ele se liga ao colágeno e a Glicoproteína Ib presente nas membranas das plaquetas.

Ocorre uma mudança na forma das plaquetas,elas se tornam mais espiculadas e começam a se aglomerar no local.Logo esse aglomerado começa a liberar substâncias como Tromboxanas A2,ADP,Serotonina  etc.

Sobre a Hemostasia e a Coagulação em breve trarei uma poste detalhado sobre a mesma.

Tempo de Sangramento 

Método:Duke


1. Fazer a assepsia do lóbulo da orelha ou polpa digital com álcool.Escolher o local da picada evitando áreas congestas e inflamadas.
2. Com a lanceta, fazer uma incisão de três milímetros de profundidade, permitindo que o sangue escoe livremente.
3. Fazer funcionar o cronômetro no momento da picada.
4. Usando papel de filtro secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se forma sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do papel.
5. Quando o sangue para de manchar o papel, parar o cronômetro; é o valor do TS.

Aumentado:Trombocitopenias,Defeitos Vasculares,Hipofibrinogênio,Uremia,Ácido Acetil-Salicílico(AAS).

Referência: entre 1 a 4 minutos


Tempo de Coagulação 



Método:Lee-White



O tempo de coagulação corresponde o tempo gasto para o sangue coagular, quando registrado no organismo.Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue .É um teste sujeito a numerosas variáveis e que atualmente deve ser substituído pelo tempo de tromboplastina parcial.

1. Colher o sangue por punção venosa, atingindo diretamente a veia. Os fatores teciduais alteram o processo de coagulação e até invalidam a prova.
2. Marcar o tempo no cronômetro logo que o sangue aparecer na seringa.
3. Tomar dois tubos e colocar 1,0ml de sangue em cada um deles.
4. Colocar os tubos em banho-maria a 370C até completar cinco minutos.
5. Após os cinco minutos marcados verificar se houve a formação do coágulo inclinando o tubo numa angulação de 90o;se não houver coagulado, verificar a cada minuto até a sua formação.
6. Marcar o tempo da formação do coágulo como tempo de coagulação do sangue total.

Diminuído:Hipercoagulação,agregação plaquetária,dislipidemias
Aumentado:Hipocoagulaçãomhemofilias,uso de heparina,Hipofribinogênio

Referência: de 5 a 11 minutos.

Retração do Coagulo 

Método: Mac Farlane

A percentagem de retração do coágulo é representada pelo volume do soro obtido, após coagulação e retração do coágulo, de uma quantidade determinada de sangue. O coágulo inicial contém todos os elementos do sangue. Após sua retração o soro é expulso da malha de fibrina, que se retrai pela ação das plaquetas. Fornece dados relativos à atividade plaquetária. Uma retração pequena corresponde a um número de plaquetas abaixo de 100.000 por ml de sangue.Nas deficiências funcionais das plaquetas, a prova pode estar alterada em presença de número normal ou aumento de plaquetas.

1. Colher um pouco mais de 5ml de sangue por punção venosa.
2. Encher o tubo de centrífuga até a marca 5ml.
3. Colocar o fio de cobre, fixo pela rolha, com extremidade encurvada mergulhada no sangue até a metade da coluna líquida.
4. Determinar a coagulação do sangue, inclinando o tubo, como para tempo de coagulação.
5. Colocar então o tubo em banho-maria a 370C durante uma hora.
6. Retirar cuidadosamente o coágulo aderido ao fio de cobre através da rolha. Deixar escorrer o líquido existente no coágulo por um a dois minutos.

Atualmente os laboratórios adaptaram uma nova técnica para a leitura da retração do coágulo; através do aproveitamento do tubo utilizado no tempo da coagulação é feita também a retração do coágulo. É marcada uma hora após a realização do TC com o tubo no banho a 37oC depois, utilizando uma pipeta volumétrica de 1 ml, todo o soro do tubo é aspirado.O volume aspirado do volume total é considerado o valor da retração do coágulo. Ex: se for aspirado 0,4 ml de soro, então a retração do coágulo tem como resultado 40%. Porém esta técnica não foi encontrada em literaturas.

Referência:40 a 60%

Prova do Laço 


Método:Rumpel-Leed

O sangue é normalmente retido no leito capilar devido à resistência oferecida pela parede destes finos vasos. A permeabilidade capilar alterada permite a passagem das células do sangue para os tecidos. Isso é evidenciado pelo aparecimento de petéquias na pele. O número e tamanho das petéquias dependem da estrutura do endotélio capilar e número de plaquetas por microlitro de sangue.

 1. Verificar a presença de petéquias no braço do paciente. Caso existam, contorna-las com lápis dermográfico. 2. Adaptar o manguito do aparelho de pressão ao braço do paciente. 3. Determinar a pressão diastólica e mantê-lo insuflado nessa pressão durante 5 minutos. 4. Desinsuflar rapidamente o manguito. Verificar o aparecimento e contar o número de petéquias formadas durante o teste.

RESULTADOS: O resultado é fornecido conforme o número e tamanho da s petéquias.Com afinidade de estabelecer uma uniformização para a leitura da prova, os seguintes resultados são convencionados:
Negativo: nenhuma ou no máximo seis petéquias puntiformes no limite onde foi colocado o manguito.
Positivo +: de 6 a 50 petéquias puntiformes isoladas localizadas na região da fossa antecubital.
Positivo ++ : inúmeras petéquias puntiformes isoladas e localizadas na fossa antecubital, antebraço e raras na mão.
Positivo +++ : petéquias de dois a quatro milímetros com a mesma localização anterior e confluente em algumas áreas.
Positivo ++++ : petéquias maiores que as anteriores localizadas em to a área de estase, confluentes em alguns pontos, dando ao membro coloração violácea.

Contagem Plaquetária e índices Plaquetários


Devido ao seu pequeno tamanho, sua tendência a aderir a superfícies estranhas ao endotélio vascular e sua rápida desintegração, a contagem de plaquetas torna-se problemática por qualquer método. As plaquetas são contadas por métodos diretos e indiretos. Nos métodos diretos elas são visualizadas em uma diluição do sangue e contadas na câmara de Neubauer através da microscopia ótica comum ou de contraste de fase. No primeiro caso, temos o método de Rees-Ecker e no segundo o de Brecher-Gronkite. Esse último é considerado um método de referência para contagem de plaquetas. No método indireto de Fônio, plaquetas são contadas no esfregaço. Contagens eletrônicas, exigindo um aparelho de alto custo, porém é através deste método de contagem que obtemos os resultados mais próximos da realidade do paciente.

Os índices plaquetários principais são o VPM (volume plaquetário médio) e o PDW (índice de anisocitose plaquetário ou platelet distribution width). O aumento do VPM (normal: 3-12ÍL) sugere destruição periférica de plaquetas, como na PTI (púrpura trombocitopênica imune) e na PTT (púrpura trombocitopênica trombótica). O estímulo aos megacariócitos da medula leva a liberação de plaquetas maiores (megatrombócitos -FIGURA 9). Uma outra causa de aumento do VPM é a síndrome de Bernard-Soulier (uma desordem hereditária da função plaquetária), onde aparecem as plaquetas gigantes. As causas de trombocitopenia por disfunção da medula óssea (ex.: aplasia) cursam com plaquetas de tamanho normal. A síndrome de Wiskott-Aldrich cursa com plaquetas pequenas.

Tempo de Protrombina 

Ao plasma descalcificado pelo citrato, é adicionado um excesso de tromboplastina. Considerando que protrombina é convertida em trombina num tempo uniforme, a recalcificação com qualidade conhecida de cloreto de cálcio produz a coagulação do plasma. O tempo, em segundos, anotado desde a recalcificação até a coagulação é o tempo de protrombina. A prova determina a atividade da protrombina no sangue.

1. Colocar o tubo com 0,2 ml de tromboplastina cálcica em banho-maria a 370C marcando 2 min.
2. Colocar outro tubo 0,2ml de plasma citratado marcando mais 2 min.
3. Acrescentar 0,1ml do plasma aquecido no tubo contendo a tromboplastina também aquecida., adicionar imediatamente o cronômetro e ao mesmo tempo agitar o tubo no banho até 7 segundos
4. Retirar o tubo do banho e invertê-lo a cada segundo até verificar o momento da recalcificação do plasma através da formação do coágulo e parar imediatamente o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de Protrombina.

Referência:11 a 16 segundos

TP Diminuido: 
  • Deficiência dos fatores I,II,V,VII e X
  • Deficiência de Vitamina K
  • Distúrbios hepáticos
  • Medicamentos
Tempo de Ativação Parcial da Tromboplastina 

Em princípio esta prova é semelhante ao tempo de protrombina. Envolve a recalcificação do plasma, porém em presença de uma cefalina proveniente de um extrato etéreo de cérebro. A cefalina é uma lipoproteína. Funciona como substituto das plaquetas, fornecendo uma concentração ótima de fosfolípideos O tempo de tromboplastina parcial corresponde ao tempo gasto para ocorrer a coagulação do plasma recalcificado em presença de um fosfolípideos ou tromboplastina parcial.

1. Em um tubo de ensaio de 12 x 75mm aquecido a 370C, colocar 0,1ml de plasma normal e 0,1ml de cefalina-caolin.
2. Agitar uma vez e incubar a 370C por três minutos.
3. Após os 3 min. adicionar 0,1 ml da solução de cloreto de cálcio rapidamente e ao mesmo tempo fazer funcionar o cronômetro. O cloreto de cálcio tem que estar pré aquecido por pelo menos 5 min.
4. Agitar no banho por 25 segundos. Retirar o tubo do banho-maria e invertê-lo a cada segundo, observando o momento em que houver a coagulação. Neste instante parar o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o tempo de tromboplastina parcial.
5. Expressão dos resultados.

Interpretação: É o melhor dos testes para ser usado nas triagens de defeitos da coagulação (via intrínseca). Controle de heparinização. O tempo está prolongado nas deficiências de um ou mais fatores (I,II, V, VII, IX, XI e XII) e no uso terapêutico de heparina ou na presença de anticoagulantes circulantes.

Links:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial