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Imunologia



Imunologia é o ramo da biologia que estuda o sistema imunitário (ou imunológico) e todos os organismos relacionados a esse sistema.Ele lida, entre outras coisas, com o funcionamento fisiológico do sistema imune de um indivíduo no estado sadio ou não, mal funcionamento do sistema imune em casos de doenças imunológicas (doenças autoimunes, hipersensitividade, deficiência imune rejeição pós enxerto); características físicas, químicas e fisiológicas dos componentes do sistema imune in vitro, in situ e in vivo.


HISTÓRICO DA IMUNOLOGIA

Acredita-se que Tucídides a.C tem sido o primeiro a mencionar imunidade a uma infecção, onde conseguiu fazer um relato científico do processo da prevenção contra doenças, onde houve o surgimento das vacinas, onde seu criador foi Eduard Jenner,  porém  conceito de Imunologia foi criado pelo biólogo Elie Metchnikoff em 1882.  Logo, a compreensão da imunização e da proteção, surgiu no final do século XVIII, bem mesmo antes de se conhecer os microorganismos, quando foi criada por Louis Pasteur a Teoria dos Germes no final do século XIX. Jenner, o qual foi discípulo de John Hunter, era médico de província e um exímio médico experimental. Na sua época a varíola era uma ameaça constante à população, sendo responsável na Inglaterra por um óbito em cada sete crianças. As crianças que sobreviviam à varíola ficavam com importantes seqüelas. Curiosamente, Jenner observou que em vacas a varíola (cowpox ou vacina) também se manifestava, porém de uma forma bem mais branda e atípica em relação a humana. A característica da cowpox, assim chamada diferentemente da humana (smallpox), manifestava-se por pústulas no úbere, cujas infecções eram passadas para as mãos e braços das pessoas que trabalhavam na ordenha. Entretanto, essas pessoas não adoeciam subsequentemente com a varíola. Após alguns anos de convívio com o fato e fazendo observações científicas, Eduard Jenner propôs inocular pus das lesões de cowpox em crianças, inoculando após alguns meses o próprio pus da varíola de indivíduos gravemente doentes na mesma criança. Repetindo em adultos e percebendo que os indivíduos não adoeciam, jenner submeteu seus resultados a Royal Society. Esta metodologia de prevenção à doença levou à prática da vacinação, cuja palavra tem origem grega em "vacca", dando origem ao nome vacina que levou à palavra vacinação, que é o significado do processo de imunização.No final do século XIX, Louis Pasteur lançou a idéia de que as doenças epidêmicas eram causadas por microorganismos (chamados de corpos quando vistos ao microscópio) e que haveria possibilidades que fossem evitados.

IMPORTANCIA PARA ORGANISMO E LABORATORIO

A imunologia consiste no estudo da resposta imune que é de suma importância para o organismo, onde tem capacidade de reconhecer, neutralizar, metabolizar e eliminar as substâncias, tornando-se resistente a reinfecção. No setor de Imunologia são realizados diversos exames correlacionados a algumas patologias provocadas por distúrbios ou ativação do sistema imunológico, detectando certos componentes, auxiliando no diagnóstico, diferenciação  e tratamento da doença.

TIPOS DE IMUNIDADE E BARREIRAS

Possuímos a imunidade inata e adquirida, dentro delas  a imunidade ativa, passiva e adotiva.
Imunidade ativa é aquela que o indivíduo recebe o antígeno e o organismo produz uma defesa contra o próprio.

  • Natural: Onde é adquirida pela infecção natural, no caso são as doenças;
  • Artificial:  É aquela induzida por vacina;
  • Imunidade passiva: É resultante dos anticorpos pré formados, imunidade é por pouco tempo.
  • Natural:  A partir da amamentação, e por via placentária, onde anticorpos da mãe se transmite para o bebe por via da placenta.;
  • Artificial:  Como a soroterapia, onde é um processo que dura poucos meses.
  • Imunidade adotiva:  Adquirida por transferência de células, como em uma transfusão sanguínea;
  • Mecanismos da imunidade: são formas que sistema imune atua, através da imunidade humoral e celular;
  • Humoral: mediada por anticorpos;
  • Celular: mediada pelas células como fagócitos, polimorfonucleares, linfócitos, etc;
  • As barreiras naturais do organismo: são classificados em 3 tipos: física, química e biológica;
  • Física:composta pela pele, cílios, unhas;
  • Químicos: composta por lisozimas, ácidos graxos, ácidos gástricos, enzimas, Ph;
  • Biológica:mediada pela flora microbiana normal.
Situações em que ocorre a ligação entre a Imunologia e outros setores laboratoriais 

 Autohemoterapia (Imunologia/Hematologia)

  Auto-hemoterapia é uma prática terapêutica,  que consiste na extração de sangue venoso de uma pessoa, e sua reinjeção na mesma pessoa, por via intramuscular, é utilizada em doenças como Acne, Furunculose, Alergias, Psoríase, Doenças Respiratórias, Esclerodermia, Asma Brônquica, Doença De Crohn, Artrite, Rinite. Não é aprovada pelos conselhos médicos e a ANVISA

 dizem que a técnica estimula o aumento do percentual de macrófagos, aumentando também as defesas do organismo e eliminando as bactérias, os vírus, as células cancerosas (neoplásicas) e a fibrina,  esse aumento de produção de macrófagos pela medula óssea se dá porque o sangue no músculo funciona como um corpo estranho, onde a taxa normal de macrófagos é de 5% no sangue, após a terapia vai para 22%, durante 5 dias, que é o tempo que dura a terapia. Porém autoridades pode ocasionar abscessos na pele, dores, edemas, hematomas, infecções, além de evoluir para quadros clínicos mais severos, como a coagulação intravascular.

PIELONEFRITE (IMUNO/URINALISE)
A pielonefrite designa uma infecção do trato urinário, que atinge a "pielo" (pelve) do rim, afeta quase todas as estruturas do rim e existe sob duas formas: pielonefrite aguda (causada por uma infecção bacteriana) e pielonefrite crônica (infecções bacterianas repetidas, associadas a um sistema imunitário debilitado).

Pielonefrite aguda

É causada por uma infecção bacteriana aguda, nomeadamente por bactérias Gram-negativas, que fazem parte da flora normal do intestino. Estas bactérias, a título de exemplo, podem ser: Escherichia coli, Enterobacter, Proteus Mirabillis ou Klebsiella).

A infecção bacteriana acontece a nível da uretra, bexiga e/ou ureteres. Desta forma, é comum designar-se como uma infecção ascendente.
Os ureteres transportam a urina, proveniente do rim, para ser armazenada na bexiga, antes de ser expelida pela uretra. Existem mecanismos anti-refluxo que não permitem que a urina passe da uretra/bexiga para os ureteres/rins (ou seja, que faça o percurso inverso). No entanto, se estes mecanismos, devido a anomalias congênitas ou a inflamação, não forem eficazes, a urina volta para trás e pode transportar bactérias que infectam a bexiga, a uretra e até mesmo o rim.

A obstrução de um ureter também pode conduzir a uma pielonefrite. Esta obstrução pode ser devida a litíase renal  (pedras nos rins) ou a uma hiperplasia benigna da próstata  (presente nas pessoas do gênero masculino e muito frequente a partir dos 70 anos). Nestas situações de obstrução, a estase da urina acima da obstrução permite o crescimento bacteriano. Um catéter urinário (algália) também é um fator de risco, bem como a gravidez ou um traumatismo do aparelho urinário.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica deriva de infecções bacterianas constantes (pielonefrites agudas de repetição) que podem ser mais ou menos graves, e que ocorrem, frequentemente, durante um período alargado. Existe uma destruição generalizada de nefrónios (unidade básica e funcional do rim), que são substituídos por tecido de cicatrização. Isto pode levar a uma insuficiência renal crônica terminal (IRCT). As causas mais reiteradas são a insuficiência dos mecanismos anti-refluxo e a litíase renal.

Pode ser considerado internar uma pessoa com pielonefrite, numa unidade de saúde, se a pessoa:
Estiver grávida, tiver outras co morbilidades pertinentes, tiverobstrução das vias urinárias, em casos graves de sépsis (infecção generalizada)

Epidemiologia

A Pielonefrite acontece mais frequentemente em bebês com idade inferior a um ano (devido às defecções frequentes e à prematuridade do sistema imunitário); na população feminina (provavelmente devido à maior proximidade do ânus em relação à uretra) e em homens com hiperplasia benigna da próstata (fazem retenção urinária).

Sinais/Sintomas e Diagnóstico

Normalmente, o início da Pielonefrite aguda acontece de forma abrupta. Já a Pielonefrite Crónica acontece de forma mais gradual, sendo que os sintomas podem ser mais suaves.
Os sinais e sintomas desta doença são:
  • Dor ao urinar (disúria)
  • Urgência em urinar
  • Urinar várias vezes (polaquiúria)
  • Febre
  • Calafrio
  • Suores
  • Mal-estar
  • Dor lombar
  • Naúseas
  • Vómitos
  • Pus na urina (piúria)
O diagnóstico é, normalmente, realizado tendo por base os sinais e sintomas e a análise laboratorial, através de colheita de sangue/urina. Em casos de necessidade, para eventual estudo, por exemplo, a tomografia computadorizada (TAC) com contraste intravenoso é o exame recomendado, em virtude da sua elevada sensibilidade e especificidade.

Prognóstico e Tratamento

O tratamento da Pielonefrite Aguda passa pelo uso de antibióticos (como o Ceftriaxone, Levofloxacina) e a recomendação de uma maior ingestão de líquidos (se não houver contra-indicações). Após alguns dias de toma de antibiótico, começa a haver a remissão de sinais e sintomas.
Em casos de Pielonefrite Crónica (em que as pessoas têm as defesas imunitárias comprometidas) podem ocorrer complicações, nomeadamente sépsis (infecção generalizada, de prognóstico reservado, podendo ser mortal e que necessita de hospitalização) ou necrose da pelve renal, que conduz, por sua vez, a insuficiência renal crônica. Frequentemente, esta insuficiência renal crônica evolui, exigindo o tratamento de diálise.
É de ressaltar que a terapia com antibióticos resolve os episódios agudos mas não impede a sua recorrência.

PIODERMITE( IMUNOLOGIA/MICROBIOLOGIA) 

A piodermite é uma infecção na pele causada por bactérias que podem ter pus, ou não. Estas lesões são principalmente causadas por S. aureus e S. pyogenes e causa lesões na pele que formam crostas, bolhas, sendo bem delimitadas ou extensas, e por isso devem ser sempre observadas pelo médico para que o tratamento seja iniciado o quanto antes. 
Quando o tratamento desse tipo de lesão na pele não é feito com os antibióticos corretos as lesões podem piorar e chegar à corrente sanguínea se espalhando pelo corpo, o que é muito grave. Assim, sempre que surge uma lesão na pele que coça, dói, a área fica avermelhada e surgem crostas, bolhas ou descamação, deve-se buscar ajuda médica o quanto antes. 
Alguns exemplos de infecções bacterianas da pele são:

1. Furúnculo

O furúnculo é uma lesão muito dolorida, arredondada que pode surgir em qualquer parte do corpo, a região também apresenta coceira, mal-estar e febre baixa. 
Como tratar: Devem ser indicadas pomadas antibióticas como Furacin, Nebacetin ou Trok G, por exemplo, sob indicação médica. Saiba mais nomes de pomadas para furúnculo. 

2. Foliculite 

A foliculite é uma infecção da pele bastante comum devido a obstrução do folículo piloso, por um pelo encravado, mas quando se torna profunda pode se tornar um furúnculo havendo formação de pus.
Como tratar: Normalmente nos casos mais leves, esfoliar a pele com produtos esfoliantes é suficiente para desobstruir o folículo, mas se houver sinais de inflamação como intensa vermelhidão e inchaço deve-se ir ao médico porque também pode se transformar num furúnculo, sendo necessário usar uma pomada antibiótica, e nos casos mais graves nas lesões maiores, a toma de antibióticos também pode ser recomendada. Saiba como tratar a foliculite para que não vire um furúnculo.
3. Erisipela

No caso da erisipela além de vermelhidão extensa numa região da pele, também existem outros sintomas como dor de cabeça, febre e dor nas articulações. As áreas mais afetadas são as extremidades da pele e o rosto, e em alguns casos podem se formar bolhas na pele. 
Como tratar: É recomendado repouso, toma de analgésicos e antibióticos como penicilina ou procaína. Quando a erisipela não é grave o tratamento pode ser feito em casa, mas existem situações em que é necessário internamento no hospital com aplicação de antibióticos diretamente na veia. Saiba mais sobre o tratamento da erisipela. 
4. Celulite infecciosa

A celulite infecciosa é uma doença de pele causada por esfilococos que afetam as camadas mais profundas da pele causando sintomas como vermelhidão intensa, inchaço, pele muito quente e febre alta.
Como tratar: Devem ser usados remédios antibióticos, como Amoxicilina ou Cefalexina, por 10 a 21 dias. Nos casos mais graves a infecção pode se espalhar pelo corpo, sendo necessário internamento hospitalar. Saiba mais detalhes do tratamento da celulite infecciosa. 
5. Impetigo

O impetigo é causado por estafiloccos ou estreptococos, sendo mais comum em crianças, e pode se apresentar com bolhas ou não. O mais comum é afetar a região da boca e do nariz formando crostas secas de cor de mel. 
Como tratar: O médico pode indicar o uso de soro fisiológico para amolecer as crostas e depois aplicar uma pomada antibiótica como neomicina, nebacetin, mupirocina, gentamicina, retapamilina ou Cicatrene durante 5 a 7 dias, até que as feridas tenham cicatrizado completamente. Veja mais cuidados necessários para curar o impetigo.
6. Ectima

O ectima é muito semelhante ao impetigo, mas afeta as camadas mais profundas da pele e pode deixar cicatrizes, o mais comum é que aconteça como uma complicação de um impetigo mal tratado. 
Como tratar: Além de manter o local sempre limpo e seco, usando soro fisiológico e loção antisseptica, é preciso usar os antibióticos em forma de pomada, que sejam indicados pelo médico, e se não houver sinais de melhora em 3 dias, o médico pode recomendar a toma de antibióticos. Saiba mais detalhes do tratamento do ectima. 
7. Síndrome da pele escaldada 

Essa doença de pele é mais comum nas crianças que ficam com a pele grandemente afetada, com grandes áreas de descamação, febre, calafrios e fraqueza.
Como tratar: É essencial o uso de antibióticos pela veia e depois em forma de comprimidos ou xaropes, e cremes hidratantes para proteger a pele. 
Possíveis complicações 
As infecções bacterianas na pele podem se tornar graves, se espalhando por áreas maiores, e chegar, até mesmo, à corrente sanguínea, o que é muito grave. No entanto, isso só acontece quando o uso de antibióticos é iniciado muito tarde, quando a pessoa não usa os antibióticos corretamente, ou quando o antibiótico recomendado pelo médico não é o mais adequado para cada tipo de infecção.

Para evitar esse tipo de complicação é recomendado:
Ir ao médico logo que notar alguma alteração na pele; 
Usar o antibiótico receitado pelo médico, respeitando as doses, horários e número de dias;

Depois de iniciar o uso dos medicamentos, se não houver sinais de melhora em até 3 dias, deve-se voltar ao médico, especialmente se houver sinais de piora. 
Os sinais de melhora são a diminuição dos sintomas, da vermelhidão, normalização da temperatura, e melhor aparência das feridas. Já os sinais de piora são quando as lesões parecem estar maiores e piores, surgem outros sintomas como febre, aumento das bolhas ou pus, que inicialmente não estavam presentes na avaliação médica.

INVASÃO PARASITÁRIA (imuno/parasito)

 Uma das alterações no sistema imunológico á invasão parasitária é a eosinofilia, que costuma ser constante e proporcional à infestação e aumento da produção de IgE, a resposta adaptativa contra os protozoários ocorre após a apresentação de antígenos por macrófagos e células dendríticas, via MHC para as células T. O eosinófilo tem função  exocitose da PBM (proteína básica maior), que é tóxica para parasitas, causando a sua morte, por isso é a mais adequada a nesses casos. Existem graus diferentes de eosinofilia, dependendo do agente etiológico, do nível de infestação e da fase em que se encontra a patologia. Os principais parasitas que nos habitam e causam essas mudanças no sistema imunológico são:  Oxiúros, Tênia, Triquinela, Esquistossomo, Trypanosoma cruzi, Giardia lamblia, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trichomonas vaginalis, Plasmodium entre outros.

Exemplos de Parasitas 
  • Trypanossoma Cruzi (causador da doença de Chagas)

  • Plasmodium Falciparum (causador da Malária)



USO DE ANTICORPOS E ANTÍGENOS (BIOQUÍMICA/IMUNONOLOGIA)

Anticorpos são proteínas que reconhecem um antígeno de forma específica e com alta
afinidade. Discutiremos a seguir como estas proteínas são produzidas nos organismos pelos
linfócitos e como isto pode ser manipulado para fins específicos. 

 Produção

A descoberta dos mecanismos de produção de anticorpos é, sem sombra de dúvida, uma das grandes vitórias das ciências biológicas neste século, devido a sua complexidade, mas principalmente pelos benefícios que representa para a humanidade. Discutiremos apenas superficialmente os mecanismos que levam à geração de anticorpos, pois a complexidade deste assunto não permite a sua análise aprofundada neste texto (certamente isto será feito em disciplinas específicas). 

 Mecanismo de Síntese de Anticorpos  Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B, que se originam na medula, sendo distribuídos pelo organismo inteiro através do sistema linfático. A quantidade de linfócitos no corpo humano é estimado em cerca de dois trilhões, sendo esta quantidade elevada fundamental para o perfeito funcionamento do sistema imunológico, como veremos a seguir. O funcionamento do sistema imunológico, e conseqüentemente da produção de anticorpos é explicada pela teoria de seleção clonal. Esta teoria afirma que no embrião sejam produzidos, por recombinação genética, 1  uma imensa variedade de linfócitos cada qual contendo um receptor diferente 2. No período embrionário, os receptores dos linfócitos que reagirem com algum antígeno serão eliminados, fazendo com que os linfócitos que respondem a componentes do próprio organismo morram. Se neste período estiverem presentes antígenos externos, não se desenvolverá nenhuma imunidade contra este antígeno. Por outro lado, se algum antígeno do organismo não puder ser “encontrado”, futuramente este antígeno será interpretado como estranho e se desenvolverá uma reação autoimune.

Quando um antígeno ingressa em um organismo adulto, o(s) linfócito(s) que tiver(em) o receptor para este antígeno se reproduzem, e se diferenciam, voltando toda a sua atividade para a síntese de anticorpos (o mesmo anticorpo que eles possuem como receptor - ou seja, aquele que reage com o antígeno). Desta forma, um certo período após o antígeno ter entrado em contato com o organismo, inicia-se um grande produção de anticorpos, que poderá então precipitar o antígeno, tirando-o de circulação.
Para a detecção do anticorpo são utilizados diversos métodos, escolhidos de acordo coma técnica.
Peroxidase

 A peroxidase é uma enzima que usa o H2O2 para oxidar os seus substratos. Estes substratos são desenhados de tal forma que a sua oxidação possa ser detectada pela liberação de luz (luminol), pela formação de uma precipitado colorido (DAB) ou então pela transformação de um composto incolor num composto colorido e que possa ser determinado quantitativamente por espectroscopia. O luminol, na presença de H2O2 e peroxidase emite luz, que pode ser captada por filmes de raio-X, sendo principalmente usada na imunodetecção. A diaminobanzidina (DAB), na presença de H2O2 e peroxidase, forma um polímero de cor marrom, precipitando no local no qual se encontra a peroxidase, sendo principalmente utilizada em estudos de imunocitoquímica. Existe uma grande variedade de compostos que podem ser utilizados como cromóforos, fornecendo as mais variadas cores, utilizáveis na técnica de ELISA, sendo o ABTS um exemplo de corante que se torna verde-azulado na presença de peroxidase.
Fosfatase alcalina

 A fosfatase alcalina é uma enzima que hidrolisa ligações fosfato. Desta forma, os cromóforos são compostos que possuem grupos fosfato, e que com a perda deste grupo fosfato adquiram cor, como é o caso do p-Nitrofenil-fosfato, que se torna amarelo ao perder o grupo fosfato.
Fluoróforo

Fluoróforo é um composto que emite luz de uma certo comprimento de onda (λ) (coloração) quando excitado por uma luz de um outro λ. A tabela abaixo mostra alguns fluoróforos: Fluoresceína 495 525 verde 

Rhodamina 552 570 vermelho

 Fluoróforos com características diferentes torna possível marcar antígenos diferentes com cores diferentes em um mesmo tecido ou célula, permitindo a observação simultânea de dois ou mais componentes.
Metais pesados

 O principal metal pesado conjugado a anticorpos é ouro. Isto permite localizar antígenos através da microscopia eletrônica, permitindo o estudos citológicos bastante específicos.
Amplificação do sinal
 Uma das características mais importantes dos métodos imunológicos de detecção é a sua alta sensibilidade. Para que isto seja possível, utiliza-se vários “truques” que amplificam o sinal. Quando se utiliza uma enzima para a detecção, esta amplificação provém do fato de que aquela enzima poderá produzir vários sinais (fótons de luz, cromóforos, etc), pois a enzima continuará ativa enquanto tiver substrato.

 Técnicas

 Purificação
Como discutido anteriormente, uma das principais características dos anticorpos é a sua especificidade pelo substrato. Parece óbvio que este especificidade possa ser utilizada para a purificação de proteínas. Neste item abordaremos duas técnicas que utilizam anticorpos como forma de purificação, a imunoprecipitação e a cromatografia por afinidade.

Imunoprecipitação

 Na imunoprecipitação usa-se um anticorpo ligado à minúsculas esferas agarose (que é uma resina) para precipitar o antígeno. Geralmente esta ligação entre anticorpo e agarose é feita através de uma proteína A, mas também pode ser feita através de outras pontes como a biotina/estreptoavidina .Nesta técnica é importante mencionar que o lisado deve ser feito em um meio que permite a ligação antígeno/anticorpo, isto é, contendo reduzidas concentrações de detergentes nãoiônicos e condição de pH e força iônica adequadas.  A este lisados, adiciona-se o anticorpo contra o antígeno que se deseja separar e depois a proteína A ligada à agarose. Como as esferas de agarose possuem um tamanho imenso quando comparadas com os componentes celulares encontrados no lisado, pode-se precipitá-las com facilidade usando uma centrifugação a baixa velocidade. Após esta centrifugação pode-se dissolver o precipitado (no qual está o antígeno ligado à agarose) em uma solução de eletroforese para que esta antígeno possa ser analisado através da técnica eletroforética.
 
Cromatografia por Afinidade

 A principal característica que se busca na fase estacionária de uma cromatografia é que esta ligue de forma diferenciada os compostos a serem separados. Vários compostos podem produzir esta ligação diferencial baseados principalmente em propriedades químicas dos compostos. Os anticorpos tem como principal vantagem não ligar apenas de forma diferenciada a certos compostos, mas sim selecionar de forma específica um composto. Para conseguir isto, ligando-se um anticorpo a uma fase estacionária e se faz passar o lisado que contém o antígeno.

 Imunodetecção

 A imunodetecção (também denominada “imunoblotting”) é uma técnica que possibilita reconhecer e quantificar antígenos a partir de um gel de eletroforese, geralmente SDS-PAGE.

Imunocitoquímica

 A imunocitoquímica usa o mesmo princípio da imunodetecção, isto é, a ligação específica do anticorpo detectável ao antígeno. A única diferença está na apresentação do antígeno, que em vez de estar sobre uma membrana se encontra no tecido fixado. Este método tem uma precisão menor quando comparado com a imunodetecção, mas tem como principal vantagem mostrar a localização cito e histológica do antígeno.  Os sistemas de detecção nesta técnica geralmente são a peroxidase / DAB (diaminobenzidina) + H2O2 ou então os fluoróforos discutidos no item 2.3.3.3. Usando diversos fluoróforos ligados a diferentes anticorpos é possível determinar em um mesmo tecido a colocalização de dois ou mais antígenos, fato muito importante para a pesquisa em biologia celular.


Radioimunoensaio

 Este método usa o antígeno marcado radioativamente e anticorpos para determinar a concentração de antígenos com uma precisão bastante elevada, sendo bastante usada para a determinação da concentração de hormônios.  Este método se baseia basicamente na reação reversível antígeno anticorpo.
 Como em outros métodos quantitativos, estes métodos também exigem que se faça uma curva padrão (usando concentrações conhecidas de At) e comparar estes valores com os encontrados nas amostras desconhecidas.

ELISA

 Esta técnica usa um princípio semelhante à imunodeteção, com a diferença que na ELISA o antígeno é preso a uma superfície (geralmente de poliestireno) através de um anticorpo. Uma vez o antígeno ligado ao anticorpo imobilizado, este complexo pode ser reconhecido por um outro anticorpo, desta vez ligado a uma enzima que possa produzir um composto facilmente detectável. A grande vantagem desta técnica é que, como a detecção é uma reação enzimática,torna possível a detecção de quantidades muito reduzidas de antígeno pois permitindo que a reação ocorra por um tempo elevado cosegue-se produzir uma quantidade considerável de alguma molécula detectável (fluoróforo). Um exemplo é a detecção do hormônio placental ganadotrofina corínica, um teste de gravidez bastante confiável.

DOENÇAS AUTOIMUNES E DIAGNÓSTICO
São doenças que surgem quando a resposta imunitária é efetuada contra alvos existentes no próprio indivíduo. Há alguns fatores desencadeantes seu desenvolvimento (estilo de vida,  genética, alguns agentes invasores, stress, alguns fármacos). Há alguns mecanismo da autoimunidade como: apopitose, ativação policlonal de linfócitos, reação cruzada entre antígenos próprios e microbianos, liberação de antígenos sequestrados, normalmente não entram em contato com o sistema imune, dessa forma, não tendo ocorrido o reconhecimento antigênico, o organismo não desenvolveu ainda tolerância a esses antígenos próprios. Falha do linfócito T supressor. No período embrionário, os receptores dos linfócitos que reagirem com algum antígeno serão eliminados, fazendo com que os linfócitos que respondem a componentes do próprio organismo morram. Se neste período estiverem presentes antígenos externos, não se desenvolverá nenhuma imunidade contra este antígeno. Por outro lado, se algum antígeno do organismo não puder ser “encontrado”, futuramente este antígeno será interpretado como estranho e se desenvolverá uma reação autoimune.
O diagnóstico das patologias autoimunes é habitualmente feito com base no quadro clínico e na pesquisa de auto-anticorpos no sangue. O auto-anticorpo mais comum é o FAN , que pode estar positivo em várias, mas não todas, é um exame de 'triagem' para suspeita dessas doenças autoimunes, é feito pela técnica IFI, 4h de jejum.
 pesquisadores e clínicos estão se aproximando da ideia de que o intestino permeável está relacionado à maioria das condições autoimunes, quem mantem o equilíbrio a atividade de anticorpos, Bacteroides fragilis, uma estirpe de bactérias presente em 70% a 80% dos seres humanos, ajuda o sistema imunológico a manter o equilíbrio ao apoiar funções anti-nflamatórias., quando B. fragilis está presente, ajuda a restaurar um equilíbrio pacífico entre as células imunes pró e anti-inflamatórias.

ALERGIAS 

O alergénio liga-se aos anticorpos IgE. Quando isso acontece, o mastócito abre para libertar substâncias inflamatórias, por ex. a histamina, que viaja rapidamente através do corpo para combater aquilo que considera perigoso. A histamina afecta o tecido corporal e provoca uma inflamação.
Os sintomas que se desenvolvem dependem da área do corpo onde é libertada a histamina. Nariz a pingar, olhos lacrimejantes e com prurido, falta de ar e pele seca podem ser sinais de mastócitos a reagir em áreas específicas do corpo.
Para a maior parte das pessoas, a alergia começa como uma condição limitadora e desconfortável, embora inofensiva, e podem passar anos até os sintomas se desenvolverem. Para outras, as reacções alérgicas podem ser mais graves e representar uma ameaça ao bem-estar geral. Em alguns casos raros, determinados alimentos, medicamentos ou picadas de insecto podem resultar num choque anafilático súbito que pode ser fatal.

IMUNOSSUPRESSORES

Os imunossupressores são medicamentosque bloqueiam a resposta do sistema de defesa do nosso organismo. São prescritos para pacientes transplantados como tratamento crônico para evitar a rejeição do órgão, bem como para pessoas que sofrem qualquer tipo de doença autoimune 
Os medicamentos imunossupressores perseguem os seguintes objetivos:
Induzir ou manter a remissão da doença.
Reduzir a frequência de recaídas ou reaparecimento da doença.

Reduzir a administração de corticoides enquanto se continua mantendo um adequado controle do processo.
Os imunossupressores podem ser
  • Os fármacos biológicos são inibidores seletivos de uma molécula pró-inflamatória ou do seu receptor, interferindo assim e detendo o processo inflamatório que perpetua a doença e seus processos.
  • Fármacos citotóxicos provocam a morte celular ou impedem a proliferação, de forma seletiva e controlada, realizando um uso correto destes evita-se de forma secundária o processo inflamatório
  • Fármacos imunossupressores este grupo inibe a proliferação e adequada função dos linfócitos, responsáveis pela resposta inflamatória causadora das diferentes doenças autoimunes.
O tratamento costuma combinar a ingestão de vários imunossupressores, geralmente ciclosporina, azatioprina e corticoides, ainda que esta regra varie dependendo da pessoa. Em alguns casos, substitui-se a ciclosporina por tacrolimus, porque costuma ser mais fácil de controlar e tem menos efeitos colaterais. O mesmo ocorre com a azatioprina, costuma-se substituir pelo ácido micofenólico para proteger a medula. O everolimus e o sirolimus podem ser usados para substituir os inibidores da calcineurina para evitar o desenvolvimento de tumores.
A maioria destes medicamentos não age de modo seletivo, por isso o sistema imunológico pode perder a capacidade de resistir a infecções e à expansão de células cancerosas. É por isto que os níveis destas drogas devem estar bem controlados pelo médico responsável. Apesar de todos os seus efeitos, são imprescindíveis para o paciente e, na maioria dos casos, acabam sendo incorporados à vida diária como uma rotina.

HEMODIÁLISE

As infecções são a segunda maior causa de óbitos dos pacientes em diálise no Brasil e a principal causa de internação hospitalar de pacientes com doença renal crônica em programas de substituição da função renal.
Umas das complicações mais comuns oriundas da contaminação bacteriana da solução de diálise são as reações pirogênicas e as bacteremias por microrganismos gram-negativos. 
Existe relação entre o número de bactérias presentes na água e nas soluções de diálise e as reações pirogênicas por esta razão, se proliferarem muito pode haver a produção de biofilme.
Infecção no acesso vascular representa uma das complicações mais comuns em pacientes submetidos à hemodiálise, sendo a maior responsável pelo aumento da morbidade, hospitalização. Há aumento de infecção principalmente o acesso vascular para hemodiálise é o cateter, por conta de estar em contato direto com a flora microbiana da pele. A melhor forma de prevenção  é a redução na sua permanência, pela confecção da fístula arteriovenosa.  A maioria das infecções relacionadas ao cateter é Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus, porém estes não são os únicos causadores de infecção. 
Para pacientes com infecções virais (hepatites) a identificação sorológica deve ser realizada a fim de identificar os pacientes portadores e isolá-los dos pacientes suscetíveis para prevenir novas contaminações, comumente chamada de soroconversão.
- HBV: A prevenção da transmissão do vírus em pacientes submetidos à hemodiálise se faz através de implementação de medidas de precaução universal além de vacinação de pacientes, é recomendada a vacinação de todos os pacientes com doença renal crônica contra hepatite B. 
- HCV: Atualmente a prevalência de hepatite C é maior entre os pacientes dependentes de hemodiálise do que na população em geral. Recomenda-se que o reuso dos dialisadores de portadores do HCV seja em sala separada e as máquinas de diálise sejam desinfetadas entre cada turno além da adoção de medidas de precaução universal.
- HIV: Melhorias nas práticas no controle de infecções nos centros de diálise diminuíram a prevalência de HBV e HCV, porém a prevalência de pacientes infectados com HIV tem aumentado. Esse aumento se deve ao próprio aumento da população geral infectada pelo HIV. Como medida de controle, o Ministério da Saúde, recomenda o descarte do circuito de diálise após a sessão de hemodiálise.
Testes imunológicos e suas reações no organismo

• Sistema ABO
O objetivo do teste é indentificar e estabelecer o grupo pertencente de um devido paciente.
  Seu resultado é observado por formações de pequenos coágulos, aglutinações, que são causadas pelo contato antígeno- anticorpo.
  Nas paredes das hemácias existem antígenos que se ligam aos anticorpos (anti-A; anti-B e Anti-D) quando homogeneizados, causando assim uma aglutinação visível a olho nu.

 • Teste De Látex
O látex auxilia em no resultado de váriostipos de patologias, como Lúpus e artrite reumatóide.
   No teste é adicionado ao soro do paciente látex sensibilizado com antígeno para pesquisa de anticorpo ou sensibilizado com anticorpo para pesquisa de antígeno.
   Quando adicionado ao soro, a substância presente no látex se liga ao antígeno ou anticorpo, causando uma aglutinação.
• Coombs
   É uma prova bem sensível que revela a presença de anticorpos no soro ou sangue do paciente.
   - Coombs direto: Revela presença anticorpos fixados nas hemácias;
   - Coombsindireto: Revela presença de anticorpos no soro.

    Seu resultado é dado a partir de aglutinação.

VDRL
   É um exame de apoio para diagnóstico de sífilis.
   É adicionado ao soro do paciente reagente de VDRL, após homogeneizados por um certo período de tempo é possível ver-se aglutinaçõesao fundo, que são melhores observadas ao microscópio.

           Como ocorre a aglutinação?
   A reação de aglutinação baseia-se na capacidade de o anticorpo ligar-se ao antígeno presente em uma superfície de grande partícula de tal forma que leva alteração do estado físico do antígeno, que é denominada interação secundária. 
   Interação secundária pode ser identificada de várias maneiras. Como por exemplo quando há presença do antígeno em grandes partículas se agrupam de um modo visível formando-se a aglutinação    A afinidade descreve a intensidade de interação de antígeno-anticorpo.

Vacinas

   A vacina cria uma sensibilidade no organismo devido ao fato de em sua composição possuir a presença uma quantidade (não patológica) de agente etiológicos de uma determinada doença. Ao ser aplicado ao organismo, a vacina entra em contato com sangue, formando assim uma memória imunológica.  Memória imunológica é basicamente quando o corpo entra em contato com certo agente etiológico, e fica preparado caso tenha novamente contato com esse agente.
   A vacina foi criada em 1979 por Edward Jenner e recebeu conceito de imunologia em 1882 por Elie Metchnikoff. Jenner observou que trabalhadores de laticínios que contraíram ou tiveram contato alguma vez com a forma bovina da varíola uma forma bastante branda da varíola humana, não adoeciam quando em contato com a forma humana da doença.   Após essa observação, Jenner aplicou em uma criança o conteúdo de uma bolha da mão de uma leiteira que possuía varíola. Mesmo tendo algumas reações como febre e algumas lesões, o garoto não desenvolveu a doença como normalmente observada. Depois de um tempo, ele colocou o garoto em contato com matérial de pústulas de pacientes com varíola, para a surpresa de todos, o garoto não desenvolveu a doença.




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