Leishmania e Leishmaniose - Análises Clínicas.com

Home Top Ad

Anuncios Aqui

domingo, 9 de setembro de 2018

Leishmania e Leishmaniose

De acordo com o infectologista Valdir Amato, a leishmaniose é considerada uma "antropoonoze", ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem.

É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

Tipos

Há dois tipos de leishmaniose:

Leishmaniose tegumentar ou cutânea

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava".


A infectologista Regia Damous explica que o primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões na pele, quase sempre indolores. Inicialmente são feridas pequenas, com fundo granuloso e purulento e bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatrizar.

Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regiões do País.

Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato, provocando deformações graves”, aponta Damous.

Leishmaniose visceral ou calazar


A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente.

Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são:


  • Emagrecimento
  • Febre baixa
  • Aumento do baço e fígado.

Causas

Transmissão


A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são:


  • Mosquito palha
  • Tatuquira
  • Birigüi
  • Cangalinha
  • Asa branca
  • Asa dura
  • Palhinha.

O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Sintomas de Leishmaniose
Sintomas da leishmaniose cutânea
Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta.

A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Sintomas da leishmaniose visceral
Os principais sinais da leishmaniose visceral são:


  • Febre irregular, prolongada
  • Anemia
  • Indisposição
  • Palidez da pele e ou das mucosas
  • Falta de apetite
  • Perda de peso
  • Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.
  • Buscando ajuda médica

As leishmanioses são doenças potencialmente graves, cujo diagnóstico deve ser precoce, principalmente no caso da leishmaniose visceral. Uma situação de feridas que não cicatrizam ou um quadro de febre a esclarecer são sinais importantes para procurar um serviço de saúde.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar a laishmaniose são:


  • Clínico geral
  • Infectologista.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:


  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
  • Diagnóstico de Leishmaniose
  • O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte.


Exames

Os exames variam conforme o tipo de leishmaniose:

Diagnóstico da leishmaniose tegumentar
Os exames usados são:


  • Retirada da borda das lesões para determinar a presença, ou não, do parasita causador da leishmaniose
  • Exame imunológico para detectar se a pessoa entrou em contato com a Leishmania.
  • Diagnóstico da leishmaniose visceral

Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se:


  • Testes sorológicos (verificar a presença de anticorpos no sangue)
  • Punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos
  • Cultura e reação de cadeia em polimerase (PCR).
  • É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, pois os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.


Tratamento de Leishmaniose
A leishmaniose em geral é tratada por dois medicamentos:


  • Antimoniais pentavalentes
  • Anfotericina B.

As primeiras são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.

Mas o infectologista Amato ressalta que “cada droga tem sua peculiaridade e efeitos colaterais, por isso um especialista deve orientar o tratamento”.

Leishmaniose tem cura?

Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose cutânea pode até se curar espontaneamente, ressalta Damous.

A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou transplantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar medicação que compromete a imunidade.

Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar em até seis meses, mesmo com tratamento adequado.

Convivendo/ Prognóstico

Para ajudar no tratamento é preciso ter hábitos que ajudam o sistema imunológico como:


  • Dormir bem
  • Alimentar-se direito
  • Adesão ao tratamento.


Prevenção

  • Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata
  • Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde
  • Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata
  • Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença
  • Usar mosquiteiros para dormir
  • Usar telas protetoras em janelas e portas
  • Manter a casa limpa: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer
  • Cuidar da saúde de seu cão, principal hospedeiro urbano da doença. Além disso, deve-se fazer uso de coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas – com efetividade de quase 100% na proteção – e vacinar o cão a partir de quatro meses de idade, com a vacina contra leishmaniose – que deve ser aplicada anualmente, contando a partir da primeira dose.
Ciclo Biológico 
1.Durante o repasto sangüíneo, a fêmea do flebotomíneo introduz formas promastigotas metacíclicas no local da picada;
2.Promastigotas são interiorizadas por macrófagos teciduais;
3.Promastigotas se transformam em amastigotas;
4.Inicia-se o processo de reprodução no interior do vacúolo parasitóforo;
5.Rompimento do macrófago e liberação dos parasitas no interstício;
6.Parasitas são fagocitados por novo macrófago;
7.Macrófagos parasitados podem ser ingeridos pela fêmea de flebotomíneo durante o repasto sangüíneo;
8.No estômago do inseto, macrófago se rompe liberando amastigotas. Transformação dos amastigotas em promastigotas, que se dividem por divisão binária;
9.Promastigotas migram para o intestino e colonizam as regiões do piloro e íleo, transformando-se em paramastigota (subgênero Viannia);
10.Paramastigotas se aderem ao epitélio e se reproduzem. Transformação em promastigota e migração para o estômago, e em seguida para a faringe do inseto (promastigotas metacíclicas);
Obs. Para o subgênero Leishmania, após a reprodução e colonização das formas promastigotas no intestino do inseto, ocorre a migração dessas formas para o estômago, onde se transformam em paramastigota, que colonizam o estômago e faringe do flebotomíneo, diferenciando-se, após, em promastigota metacíclica. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial