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sábado, 7 de abril de 2018

A Eritropoiese

Eritropoiese é o processo de produção de eritrócitos, também denominados como hemácias ou células vermelhas do sangue. Eritrócitos tem aparência de um disco bicôncavo, eles não possuem núcleo e contêm hemoglobinas, com cadeias alfa e beta. Essa célula é responsável pelo transporte de oxigênio no organismo, sendo esta uma função vital desde o desenvolvimento do embrião até a vida adulta do organismo. Os eritrócitos carregam o oxigênio do ar inalado nos vasos do pulmão para o restante do corpo através da circulação. Essas células também carregam o dióxido de carbono produzido pelas células do corpo e o transporta para os vasos no pulmão para serem expirados. O ciclo dos eritrócitos é de cerca de 120 dias. Quando estão muito velhos ou danificados eles são degradados no baço ou fígado.

O processo de produção de eritrócitos é estimulado pela diminuição de oxigênio na circulação, que é detectada pelo rim, que então secreta o hormônio eritropoietina. Esse hormônio estimula a proliferação e diferenciação dos precursores dos eritrócitos nos tecidos hematopoiéticos, dando origem aos eritrócitos.
Desenvolvimento da eritropoiese 

  Os eritrócitos são necessários em todos os estágios da vida, embrionário, fetal, neonatal e adulto. Essas células são o produto final de uma complexa hierarquia de progenitores hematopoiéticos que progressivamente se torna restrita a linhagem eritroide. Durante esse processo de diferenciação, os progenitores passam por uma grande expansão em relação ao número de células para suprir a necessidade diária de 2x1011 novos eritrócitos.
A hematopoiese primitiva em seres humanos (predominantemente eritropoiese primitiva) aparece primeiro nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino extraembriônico, ao redor do dia 21 da gestação. Cerca de 1 semana depois (dias 28-40), as células-tronco hematopoiéticas (CTH) definitivas emergem da região aorta-gonada-mesonefros (AGM), dentro da parede ventral da aorta dorsal. Também são encontradas nas artérias vitelina e umbilical e na placenta. Ambas as CTHs primitivas (embrionárias) e definitivas (fetal/adulto) surgem em estreita associação com células endoteliais. Estudos sugerem que as células hematopoiéticas e endoteliais surgem de um progenitor comum, o hemangioblasto, dando origem a células sanguíneas e vasos sanguíneos. Por volta do dia 40, a hematopoiese definitiva começa a ocorrer no fígado fetal e as células eritroides definitivas são liberadas para a circulação. De 10 a 12 semanas, a hematopoiese começa a migrar para a medula óssea, onde, eventualmente, a eritropoiese definitiva é estabelecida durante os últimos 3 meses de vida fetal.
As células eritroides primitivas e definitivas são distinguidas pela sua morfologia celular, marcadores de superfície celular, capacidade de resposta a citocinas, cinética de crescimento, fatores de transcrição e padrões mais gerais de expressão gênica. Em particular, os tipos de hemoglobina produzidos são bastante distintos nas células eritroides embrionárias (Hb Gower I ζ2ε2, Gower II α2ε2 e Hb Portland ζ2γ2), fetal (HbF α2γ2) e adulta (HbA α2β2 and HbA2 α2δ2). Esses padrões específicos de expressão de globina fornecem marcadores críticos para identificar os estágios de desenvolvimento da eritropoiese.
Regulação da eritropoiese
 Um ciclo de feedback envolvendo o hormônio eritropoietina ajuda a regular o processo de eritropoiese de modo que a produção de eritrócitos é igual à sua destruição, e esse número é suficiente para manter níveis adequados de oxigênio no tecido, mas não tão alto para causar trombose ou acidente vascular cerebral. A eritropoietina é produzida no rim e no fígado em resposta a baixos níveis de oxigênio, e ela se liga aos eritrócitos circulantes. Baixo número de eritrócitos circulantes leva a um nível relativamente alto de eritropoietina não ligada, o que estimula a produção das células na medula óssea.

A perda de função do receptor de eritropoietina ou JAK2 em células de camundongo causa falha na eritropoiese, de modo que a produção de eritrócitos nos embriões e no crescimento são interrompidas. A não ocorrência da inibição do feedback, pelos supressores de proteínas de sinalização de citocinas, causa gigantismo em camundongos.

Caractéristicas dos Eritrócitos 


  • Possuem formato de disco bicôncavo; 
  • Não possuem núcleo; 
  • Medem 0,007 milímetros de diâmetros; 
  • Possui borda mais corada e centro mais claro; 
  • A membrana é formada por duas camadas;
  • Uma hemácia vive, em média, de 100 a 120 dias.;
  • Os homens possuem mais hemácias;
  • São produzidas cerca de 2,4 milhões de hemácias por segundo em nosso corpo;
  • A contagem de hemácias presentes no sangue é feito através de um exame laboratorial conhecido como hemograma;
  • A diminuição no tamanho das hemácias é chamada de microcitose. Já o aumento é conhecido por macrocitose;
  • A cor vermelha do sangue é explicada pela presença das hemácias;
  • A Hemoglobina é o principal componente das hemácias. De coloração avermelhada, ela possui a função de fazer o transporte de oxigênio pelos diferentes tecidos do corpo humano. Transporta também uma pequena quantidade de gás carbônico;
  • Além da hemoglobina, as hemácias também são compostas por íons, glicose, água e enzimas.
Maturação dos eritrócitos 
 



A partir da produção de Hemoglobina para-se a divisão celular, dando origem ao amadurecimento da célula até a formação do eritrócito.
A linhagem da Stem Cell até se transformar em eritrócito demora 7 dias para ficar pronta, ou seja, as células são produzidas hoje para serem utilizadas na próxima semana. Para cada stem cell, são formados 16 eritrócitos. Determinadas patologias podem alterar o tempo de produção da eritropoese.


  • Proeritroblasto: é uma célula grande, redonda, com núcleo grande e redondo. Cromatina “frouxa”, onde é visualizado de 1 a 2 nucléolos, geralmente circulares e mais claros que o núcleo. O citoplasma é escasso e basófilo. O núcleo do proeritroblasto é grande, devido ao alto metabolismo (utilização de muita energia para seu desenvolvimento) e grande atividade celular. 
  • Eritroblasto basófilo: é uma célula menor que a anterior, redonda, encontrado na medula óssea. O núcleo é grande, redondo, com cromatina frouxa, e com apenas 1 nucléolo (nem sempre visível). Citoplasma escasso e extremamente basófilo. 
  • Eritroblasto policromático: encontrado na medula óssea, menor que o anterior, redondo, com núcleo redondo e central (bem no meio da célula), cromatina densa, sem nucléolo. O citoplasma é, geralmente, abundante, acinzentado (por possuir afinidade pela eosina e azul de metileno). É nessa fase que começa a produção de hb. 
  • Eritroblasto ortocromático: encontrado na medula óssea, menor que o anterior, é redondo, com núcleo picnótico (pequeno) redondo e periférico (longe do centro, pois é necessário tal localização para que seja expulso da célula), não possui nucléolo, cromatina muito densa (a mais densa de todos os eritroblastos). O citoplasma é abundante e acidófilo, da mesma cor que o das hemácias. 
  • Reticulócitos corados: são eritroblastos que perderam os núcleos. Após perder o núcleo sobra somente o citoplasma contendo resto de organelas. Podemos encontrar reticulócito, geralmente, no sangue periférico. Depois perde as organelas e se transforma em eritrócito.

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